Não lembro quando, minha sobrinha iria dormir em casa. Então minha irmã, mãe dela, me pediu pra comprar um pacote de fraldas porque, mesmo ela tendo saído delas, durante a noite tinha usar por precaução.
Fomos de carro, meu irmão e eu, ao supermercado.
Peguei o pacote de fraldas caríssimo e nos dirigimos ao caixa.
Uma fila gigantesca.
Meu irmão não cultiva muito o silêncio. Ele é como a grande esmagadora parte da população que gosta de papear, puxar assunto e não deixar espaços silenciosos. Sim, tendencio ao silêncio: é um bom exercício. E estava de mau humor. Mas ele, vez ou outra, consegue dissipar o mau humor das pessoas. Afrouxei.
A senhora que estava a nossa frente na fila escutava nossa conversa. Só falávamos bobagens então não tinha importância alguma.
Não lembro qual parte do diálogo fez com que a dona se voltasse pra gente pra rir. Daí começamos a conversar descompromissadamente. Falávamos sobre dietas.
Ela disse que sempre que ia à nutricionista e esta te indicava uma dieta, ela sempre acabava engordando.
"Sigo minha própria dieta, sabe. Quando faço por conta, emagreço. Aí, e médica passa aquela lista de comidas pra comer - tudo bem caro, por sinal (pra ser saudável tem que pagar caro em coisas light e diet) - e seguia à risca, tudo certinho. E não é que engordava? Desisti. Tá vendo isso aqui? Tô levando esse monte de carne é pro churrasco de dia das mães. Mas é pro marido, pra criançada. Não como nada disso não, muito pouco. O problema é colesterol. Problema do coração, pressão alta - sofro de pressão alta. E tem diabetes na família também. A gente se preocupa com tudo isso. Mas e o tempo pra ir fazer caminhada de manhã? E essa da dieta também, como é que faz certo?".
Quando estávamos indo pro carro, esperava algum comentário debochado do meu irmão. Ele só disse: Viu, somos todos muito parecidos mesmo.
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