14.8.08

Não me tires o que não me podes dar!



Sobre ser cínica eu entendo bem, admito. Não que eu seja a vilã da "A Favorita", e sim pela liberdade de ser humana às escuras. Nada contra as ladies e mocinhos folhetinescos, tampouco contra todos os santos, beatos e beatas da igreja. Nada contra o (a) jovem-do-bem (expressão tão divulgada hoje em dia, ex.: "Fulano é do bem"). Humano às escuras; sim, porque além de doce e prazeroso, ser cínico é uma das saídas para a apolínea rotina das boas maneiras, do bem, da rotina em que te esperam fazer o apropriado. Acho que por razões assim, enésimas, as mocinhas e os mocinhos de novela são tão chatos ( e - comicamente - burros!)... São meramente um retrato forçado das conformidades, da retidão em sociedade. Eu, pouco gosto de viver em sociedade, logo se vê. Gosto de fingir que nem estou vendo, de rir por dentro, debochar, odiar. Não estou maquinando com ninguém; isto não é uma novela. Só me dou a liberdade de enxergar da forma que fiz verdadeira, ou melhor, real. Senso de realidade é duríssimo de acatar visto as enevoadas impressões de tudo, os diversos palpites...Bem, eu vejo com meus olhos minha realidade. É esta que eu acato. Depois deste pequeno parênteses, eu volto a dizer de deboche, risos e fingimento. Pois é, ser cínico é bom; ser semelhante ao cão! Livre pensamento onde o pensamento toca! Por que é preciso essa falsa retidão? Sê livre de pensamento pelo menos!
Sobre ser cínica, eu entendo. Que o diga meus desafetos! E são muitos! E, veja, não sou ninguém em especial; e mesmo tendo colecionado uma porção deles, não podem me obrigar a nada, tampouco mudar meu pensamento em relação à. Só podem reprovar com seus olhares a falta de bondade e de bons costumes. É claro, já pensei estar culpada e a culpa atrapalha tudo, péssima coisa que nos ensinam por aí: sentir-se culpado.
Findo aqui esse pequeno texto sobre cinismo. E não há coisa mais prazerosa que um sorriso cínico, dos mais doces, dos mais amargos.

"Costumo fazer festa para quem me dá alguma coisa, rosnar para quem me rejeita, e cravar os dentes nos crápulas." Diógenes

Um comentário:

Anônimo disse...

Poderia se dizer frio, sombrio talvez. Mas sem dúvida humano, e como tal, como pode ser sem sentimento? E que sentimento! Bem, pelo menos compactuo!