21.8.08

Três pequenas notas, inter-relacionadas ou não

Esqueço-me de que sou jovem. Penso em contusões, flacidez, emprego, dinheiro, mas esqueço-me de que sou jovem. Uma recém vida dentre todas as outras fugazes e pontuais. Penso em morte o tempo todo, em vida por consequência. Mas não em juventude. Mui remotamente me vem aquela imagem do jovem, que está sempre acompanhado. A turminha. Isso é o símbolo da juventude. Sou uma montanha. Alma velha, disseram-me uma vez. Não a minha, mas serve de exemplo.

Queria um mundo melhor, e descobri que o mundo não me quis. Em algumas coisas tive que me adequar. Em outras, sou a deformação, o defeito. O mundo não me quis, não o quis também, mas não tive outro a que recorrer. Esse tipo de falta de opção é o que nos mata. Assim como a morte: nos mata. Nos mata linguisticamente pois não há opção. E mata porque mata. Quis um mundo melhor, com mais opções e mais cores, mas elas teimam estar em falta.

A alegria me espanta. A complexidade da felicidade é semelhante à cálculos matemáticos avançados. Difícil entender, assimilar sua realidade. É como se não estivesse ali, só na lousa, só na TV. Tristeza é apelação, choro e estridência, mas alegria é mais ainda. Tristeza ainda pode ser calma, beleza e inspiração. Alegria, dizem de serotonina, ou seja lá como se grafa.


Nenhum comentário: